26.1.07

Hell Houses e diversão a poucas cédulas - O que vc acha?

Hell Houses e diversão a poucas cédulas
 
Terça, 14 de novembro de 2006, 07h54 
Paulo Scott
 

Afora o imbróglio tragicômico do período eleitoral (é incrível como determinadas manchetes desapareceram das capas de alguns jornais e revistas), nada me chamou mais atenção no mês de outubro do que as três matérias que li sobre as "hell houses" nos Estados Unidos. Elas são o que se pode resumir como encenações alegóricas de caráter moral, executadas em igrejas, retratando, com todo excesso visual e narrativo a que têm direito, histórias sobre os perigos da bebida, festas, sexo casual, prática do aborto, relacionamentos gays, etc. Não é à toa que também são conhecidas por "judgment houses".

A onda vem desde o início dos anos setenta, quando a primeira "hell house" foi idealizada pelo reverendo Jerry Falwell, mas foi no Halloween deste ano de 2006 que virou moda.

Centenas de congregações realizaram seu próprio show de horror. Em algumas localidades, pessoas aguardaram horas na fila. A movimentação virou uma espécie de comportamento "cult" entre os adolescentes, não necessariamente interessados nas repercussões ecumênicas. Em Nova Iorque, uma dessas pequenas companhias de teatro do off-Broadway encenou uma peça intitulada "Hell house", e, no Colorado, uma congregação desenvolveu um kit para ser vendido a outras congregações sob o argumento de garantir o melhor custo-benefício. O kit incluiria um roteiro detalhado para cada cena, ainda efeitos visuais e sonoros e até opcionais, como gravações simulando a voz de Lúcifer.

Evidentemente que essa moda passa ao largo da cúpula das igrejas. De qualquer forma, revela um certo desespero e uma falta de capacidade julgadora.

Mostrado assim, parece chocante - sobretudo, por se tratar de uma manipulação grosseira que pouquíssimo tem a ver com evangelização - e, de fato, até pode ser, contudo, não chega a ser uma anormalidade nesse conjunto de "vamos ver quem grita mais alto ou chama mais atenção". Veja-se o sucesso de determinados cultos contemporâneos, exorcismos no palco. Nunca entrei num lugar desses, suspeito que nem todos ali acreditam na doutrina a que assistem. Imagino que alguns, pelo menos alguns, entram para se divertir (já que determinados teatros só servem para confirmar a ausência de Deus), como se estivessem num desses bingos ou casas de jogos eletrônicos.

Moralista? Não. Nem ao menos de súbito.

Como alguém já escreveu uma vez: sobreviver demora (e que venham todas diversões fugazes que o dinheiro possa comprar), é quase nunca, nunca.


Paulo Scott, escritor e professor universitário, criou os projetos PóQUET: ruído & literatura e Na TáBUA , combinando a partir da literatura outras mídias.

 
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