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03/08/2006 - 20h24
"Zuzu Angel era uma mulher chiquérrima", diz Kika Lopes, figurinista do filme
CAROLINA VASONE
UOL Estilo
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Divulgação Zuzu Angel (Patrícia Pillar) e Elke Maravilha (Luana Piovani) em cena do filme 'Zuzu Angel' |
Na próxima sexta (04/08) estréia um dos filmes mais esperados do ano para os interessados em moda ("O Diabo Veste Prada" e "Maria Antonieta" são os outros). E, ao que tudo indica, as roupas são realmente uma das grandes atrações (senão a principal) do longa "Zuzu Angel", dirigido por Sergio Rezende.
O foco da produção não é o trabalho da importante estilista mineira, com reconhecimento internacional nos anos 60 e 70, mas sim seu drama pessoal: ela teve o filho Stuart, militante estudantil, morto pela ditadura militar. Não há, no entanto, como não reparar no figurino de Zuzu - interpretada por Patrícia Pillar - e do resto do elenco.
A responsável pela minuciosa pesquisa e idealização de todos os looks vistos no longa é a figurinista Kika Lopes. Com mais quatro assistentes, ela começou os estudos dois meses antes do início das filmagens e terminou com um apanhado de cerca de 500 peças, metade delas só para a caracterização da personagem de Zuzu Angel. "Criar a Zuzu foi a parte mais difícil. Tínhamos pouco tempo e o Sergio (o diretor) não queria que a gente simplesmente copiasse a Zuzu Angel original", conta Kika.
Depois de uma semana revirando fotos e vestidos na casa da colunista social Hildegard Angel (filha da estilista), muita pesquisa em brechó, consulta de reportagens de jornal, revistas (como "Manchete", "Cruzeiro" e "Moda Molde", entrevistas com pessoas que a conheceram, Kika conseguiu montar sua Zuzu Angel. "Que ficou cada vez mais parecida com a própria Zuzu", se diverte Kika.
A figurinista conta que Zuzu gostava de usar roupas nacionais mas também vestia grandes estilistas. "Ela era uma mulher chiquérrima", diz. Nos looks de Patrícia/Zuzu, portanto, sapatos Gucci e bolsas Chanel garimpadas em brechós e muitos vestidos feitos especialmente para o filme. "Não pudemos usar nada do acervo da família. Tudo é réplica ou releitura. O único vestido da loja da Zuzu Angel, comprado num brechó, é o verde usado na cena do casamento do Stuart", afirma (assista à entrevista com Patrícia Pillar acima. Ela está usando o vestido).
Muitas das roupas do filme foram confeccionadas especialmente para a produção, uma parte por um alfaiate (principalmente as fardas militares) e outra por uma equipe de costureiras. Houve também o trabalho de bordado dos famosos anjinhos - marca-registrada da estilista - e outros desenhos como as pombas e passarinhos. "Encontramos muitos tecidos originais da época, inclusive da tecelagem Santa Isabel, com a qual Zuzu Angel trabalhava", diz Kika, que mandou fazer os modelos inspirados no estilo de Zuzu com estes materiais.
Algumas peças são réplicas de originais da estilista. São os casos dos looks dos dois desfiles que aparecem no filme, um apresentado na época na loja Bergdorf Goodman (cujo tema era "Maria Bonita e Lampião"), em Nova York, e o outro na embaixada do Brasil, também em Nova York (o desfile-protesto, com os anjos e passarinhos com tarjas pretas bordadas, por conta do desaparecimento do seu filho).
Apesar da maioria das roupas e acessórios ser de época, algumas peças são atuais. "Fiz uma mistura. Nos outros personagens têm muitos sapatos da Arezzo, por exemplo", diz.
Depois da personagem de Zuzu Angel, a parte mais trabalhosa - e cara - foi a dos vários militares que aparecem na história. "Eles usam muitos detalhes, parece quase um desfile de Carnaval. E cada botãozinho dourado de farda custa R$9", lembra.
Em contrapartida, o figurino de Stuart parece ter sido o mais simples, já que o personagem só usa calça jeans, camiseta e um casaco no filme. Mas nem tanto. "Testamos 30 casacos até chegarmos ao clássico de veludo cotelê. O Sergio queria que ele usasse uma botinha da Casa Moreira. E lá fomos nós encomendar uma. Eles fazem igual a antigamente, até hoje."
O foco da produção não é o trabalho da importante estilista mineira, com reconhecimento internacional nos anos 60 e 70, mas sim seu drama pessoal: ela teve o filho Stuart, militante estudantil, morto pela ditadura militar. Não há, no entanto, como não reparar no figurino de Zuzu - interpretada por Patrícia Pillar - e do resto do elenco.
A responsável pela minuciosa pesquisa e idealização de todos os looks vistos no longa é a figurinista Kika Lopes. Com mais quatro assistentes, ela começou os estudos dois meses antes do início das filmagens e terminou com um apanhado de cerca de 500 peças, metade delas só para a caracterização da personagem de Zuzu Angel. "Criar a Zuzu foi a parte mais difícil. Tínhamos pouco tempo e o Sergio (o diretor) não queria que a gente simplesmente copiasse a Zuzu Angel original", conta Kika.
Depois de uma semana revirando fotos e vestidos na casa da colunista social Hildegard Angel (filha da estilista), muita pesquisa em brechó, consulta de reportagens de jornal, revistas (como "Manchete", "Cruzeiro" e "Moda Molde", entrevistas com pessoas que a conheceram, Kika conseguiu montar sua Zuzu Angel. "Que ficou cada vez mais parecida com a própria Zuzu", se diverte Kika.
A figurinista conta que Zuzu gostava de usar roupas nacionais mas também vestia grandes estilistas. "Ela era uma mulher chiquérrima", diz. Nos looks de Patrícia/Zuzu, portanto, sapatos Gucci e bolsas Chanel garimpadas em brechós e muitos vestidos feitos especialmente para o filme. "Não pudemos usar nada do acervo da família. Tudo é réplica ou releitura. O único vestido da loja da Zuzu Angel, comprado num brechó, é o verde usado na cena do casamento do Stuart", afirma (assista à entrevista com Patrícia Pillar acima. Ela está usando o vestido).
Muitas das roupas do filme foram confeccionadas especialmente para a produção, uma parte por um alfaiate (principalmente as fardas militares) e outra por uma equipe de costureiras. Houve também o trabalho de bordado dos famosos anjinhos - marca-registrada da estilista - e outros desenhos como as pombas e passarinhos. "Encontramos muitos tecidos originais da época, inclusive da tecelagem Santa Isabel, com a qual Zuzu Angel trabalhava", diz Kika, que mandou fazer os modelos inspirados no estilo de Zuzu com estes materiais.
Algumas peças são réplicas de originais da estilista. São os casos dos looks dos dois desfiles que aparecem no filme, um apresentado na época na loja Bergdorf Goodman (cujo tema era "Maria Bonita e Lampião"), em Nova York, e o outro na embaixada do Brasil, também em Nova York (o desfile-protesto, com os anjos e passarinhos com tarjas pretas bordadas, por conta do desaparecimento do seu filho).
Apesar da maioria das roupas e acessórios ser de época, algumas peças são atuais. "Fiz uma mistura. Nos outros personagens têm muitos sapatos da Arezzo, por exemplo", diz.
Depois da personagem de Zuzu Angel, a parte mais trabalhosa - e cara - foi a dos vários militares que aparecem na história. "Eles usam muitos detalhes, parece quase um desfile de Carnaval. E cada botãozinho dourado de farda custa R$9", lembra.
Em contrapartida, o figurino de Stuart parece ter sido o mais simples, já que o personagem só usa calça jeans, camiseta e um casaco no filme. Mas nem tanto. "Testamos 30 casacos até chegarmos ao clássico de veludo cotelê. O Sergio queria que ele usasse uma botinha da Casa Moreira. E lá fomos nós encomendar uma. Eles fazem igual a antigamente, até hoje."
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