Testemunho - ex-bruxo

Ex-bruxo se converte a Cristo

De pai de santo a servo de Deus. Essa é a história do pastor Marcos Paulo Aciard. Ele nasceu em lar espírita e aos nove anos foi recebido como ogã - chefe dos cânticos nos terreiros. Três anos depois, com a morte do pai, a mãe o deixou sozinho em São Paulo. A partir daí, Marcos foi morar em um centro espírita. Diante dessa realidade, deixou a ira entrar em seu coração e começou a se aprofundar no ocultismo e no espiritismo.

Marcos estudou a fundo o candomblé, a magia negra, a bruxaria e o satanismo. Aos 16 anos, foi nomeado diretor do Supremo Órgão de Umbanda e Candomblé do Brasil. "O presidente da seita ofereceu uma viagem à Bahia. Arrumei as malas e peguei o primeiro vôo com destino a Salvador. Lá, conheci a mãe Menininha do Gantois, onde passei 120 dias trancado num roncó, um lugar reservado para receber lições de culto e praticar sacrifícios. Assim estaria ganhando a confiança do orixá. Tomei banhos com sangue e tive vários cortes no corpo sem poder me mexer. Aceitei tudo, porque achei que sairia dali pronto para enfrentar qualquer adversidade. Passados os 120 dias, tornei-me um pai de santo", conta Marcos.

Pessoas influentes como políticos e artistas começaram a procurá-lo. "Nessa época, já comandava terreiros no Rio de Janeiro, na grande São Paulo e no interior. Mas, como o inimigo de nossa alma não faz nada sem querer algo em troca, ele me ofereceu mais poder", conta. Marcos teria, como sacrifício, trocar sua alimentação e violar 16 caixões.

Marcos obedeceu, mas foi surpreendido por Deus. "Quando desenterrei a 16ª pessoa, deparei-me com o semblante de uma moça que estava alegre. Ela estava naquele caixão sem crucifixo e nem terço. Foi quando uma voz deu-me uma ordem: 'Feche esta urna e a enterre novamente'. Era uma voz diferente, uma voz que trazia temor e tremor, diferente da voz de Satanás, que trazia medo e pânico", salienta.

A curiosidade falou mais alto. No dia seguinte, pela manhã, Marcos voltou ao cemitério e prestou atenção a uma pequena placa naquele jazigo, com uma frase que lhe chamou a atenção: "O Senhor é o meu pastor e nada me faltará". Deus guarda até os restos mortais daqueles que o invocam e o temem, e os livra de todo o mal", declara o ex-bruxo.

Dias depois, Marcos havia sido convidado para participar de um congresso mundial de feitiçaria e bruxaria em Goiânia e alcançou o quarto lugar entre os melhores bruxos do mundo. Nesta convenção, Marcos também foi declarado o 6º feiticeiro do Brasil.

Apesar do poder maligno que tinha em suas mãos, sua vida era perseguida e influenciada por Satanás. Diariamente acendia velas para espíritos malignos. Cuidava de 126 imagens. Pessoas do Brasil inteiro o procuravam para destruir casamentos, famílias e tirar vidas. "Incorporado, bebia de três a cinco garrafas de pinga, conhecida como marafa. Já não mais me alimentava de nutrientes e alimentos normais, mas sim de sangue, ramster e pintinhos. Passei mais de 60 dias trancado em uma sala. É isto que Satanás faz com a imagem e semelhança de Deus. Em todos os trabalhos, levitava de três a sete centímetros do chão e, ao findar os trabalhos, caia muito debilitado", lembra.

Um dia, Satanás se dirigiu a Marcos e perguntou se ele queria que as portas profissionais se abrissem para ele. Foi quando ingressou na carreira de segurança pessoal. Trabalhou para cantores como Zezé de Camargo e Luciano, Cristian e Ralph, e Fábio Jr. "Em uma das turnês, estava no palco e passei mal. Fui levado para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Acordei em um quarto com uma junta médica olhando para mim. Com vários laudos de exames, o médico disse que no raio-x da minha cabeça havia uma mancha. Na tomografia computadorizada, foi constatado um câncer no estágio avançado e eu teria três meses de vida", afirma.

Algumas alternativas foram dadas a Marcos após o diagnóstico. Ele poderia enfrentar cirurgias, fazer 25 sessões de quimioterapia ou radioterapia ou somente aguardar a morte. Além disso, o globo ocular estava comprometido e estava com problemas no estômago. Marcos optou pela quimioterapia. Após as 25 sessões, ele, que pesava 125 quilo, chegou a 40 quilos. Sua vida financeira também começou a ruir junto com sua saúde. "Eu morava em uma mansão, agora estava em um quarto de 4m por 2,5m", conta.

Mas, um dia sua vida foi transformada. Quando estava em frente ao local onde morava, um rapaz evangélico o chamou para ir à igreja naquela noite. Ele aceitou o convite. "Antes de sair, peguei uma arma que guardava em casa e levei comigo. Só me restava mais dois meses de vida e eu estava com perda parcial da visão esquerda. Cheguei à porta daquele templo e o porteiro me olhou e disse, com sua mão estendida e um sorriso no rosto: 'A paz do Senhor!' Até então, não sabia o que era paz. Fui convidado a sentar na primeira fileira. Não queria sentar ali. Queria ficar na última. Mas o recepcionista disse: 'Sente na frente, em nome de Jesus Cristo'", lembra.

Era um culto de oração e uma irmã pregava. Marcos ouviu alguém chamando seu nome e o som vinha da entrada. "Tive vontade de sair correndo. Olhei para a porta e vi que não tinha como sair da igreja, pois haviam dois seres celestiais com lanças que pareciam fogo em ambas as mãos. Então, Satanás gritou para mim: 'Atira nesta mulher!'"

Marcos engatilhou a arma, mas, antes de sacar, a irmã disse que se ele atirasse ela iria para o Céu e perguntou para onde ele iria. "Eu me senti como se estivesse imobilizado, nenhum músculo do meu corpo se movia e ela começou a falar tudo sobre a minha vida. Argumentei comigo que ela era uma macumbeira de mão cheia. Mal sabia que era eu quem estava saindo das garras de Satanás e entrando nos átrios de Jesus. Foi-me feito, então, o convite para aceitar Jesus", relata.

Marcos foi com as mãos levantadas para frente e recebeu Jesus em sua vida. Naquele dia, foi liberto da legião de principados e de potestade que o atormentava. No dia seguinte, ele pegou uma marreta e quebrou todas as imagens que tinha, declarando que os espíritos malignos não podiam fazer mais nada contra ele, porque havia aceitado Jesus. Algumas pessoas, vendo sua transformação, seu semblante diferente, foram atraídas para o Evangelho. Hoje, onde havia um terreiro sob sua responsabilidade, há uma igreja evangélica.

Meses depois de se converter, foi batizado em águas. Dias depois, foi ao hospital fazer exames para ver sua situação. "No caminho, uma mulher evangélica que não conhecia parou-me e disse que Deus a mandava dizer que eu estava sendo curado naquele dia", relata. Andando 50m, passou mal. "Pedi a um taxista que me levasse ao hospital. Cheguei desmaiado. Quando acordei, os mesmos médicos que haviam me dado a notícia da doença meses atrás estavam me atendendo. Depois de alguns exames, perguntaram-me, com olhares perplexos, que remédio eu havia tomado, pois estava completamente curado do tumor. Respondi que o meu remédio era Jesus Cristo", conclui.

Resposta Fiel (CPAD) - 2006.

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