08/12/2006 - 06h00
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GABRIELA MANZINI
RENATO SANTIAGO
CAROLINA FARIAS
da Folha Online
Cerca de 800 mil pessoas passam pela avenida Paulista diariamente. Nesta sexta-feira, só um detalhe se somará ao cenário: o de que elas estão alheias ao aniversário de 115 anos da via, inaugurada em 1891 como observatório de paisagens naturais da alta sociedade paulistana e conhecida como vitrine da maior cidade do país.
Da praça Marechal Cordeiro de Farias à praça Osvaldo Cruz, a Paulista pode ser percorrida em passos muito mais rápidos do que os ônibus lotados ou os cerca de 100 mil carros que cruzam a via todos os dias, principalmente de segunda a sexta, das 8h às 9h e das 18h às 19h. Mais veloz que a multidão, só o metrô.
De tempos em tempos, o tráfego cede espaço às multidões. São torcedores de futebol, eleitores, fiéis, sem-teto, servidores públicos desgostosos. Nos dias 31 de dezembro, como ocorre há 82 anos, é a vez da Corrida de São Silvestre. Depois, do Réveillon. Em maio último, a Paulista também parou. De medo.
Em março deste ano, choveram 344 mm enquanto a média da cidade, em meses de março, é de 160 mm. No inverno chove menos e, às vezes, chove muito menos. Em agosto último, choveu apenas 1 mm, enquanto a média é de 39 mm.
Diante dos casarões da Paulista há uma passarela por onde desfilam camisas engomadas e calças sociais. Passam tênis e meias coloridas. Passam turistas. Poucos, mas passam.
No último dia 22 de agosto, no entanto, todos usavam gorros, lã, luvas. Os termômetros marcavam 8,5ºC. No último dia 31 de outubro, quem podia usava chinelos. Os termômetros marcavam 33ºC.
Atrações
Do "Thomas Alva Edson" de João Valente Filho, na Consolação; ao "Índio Pescador" de Francisco Leopoldo e Silva, na praça Osvaldo Cruz, há 11 esculturas ao longo da Paulista. Poucos são capazes de notá-las, em meio aos banners, cartazes, luminosos, outdoors.
Quem passa pela avenida pode sentar-se em um dos bares da "prainha" para tomar um chope com os colegas ou sentar-se na arquibancada formada pela escadaria do prédio da Rede Gazeta para assistir o vai-e-vem. Pode comprar chicletes a R$ 0,10 e hospedar-se em um hotel a R$ 363.
Na Paulista há cinco agências só do banco Itaú. Há também escritórios de outros 90 bancos --do Central do Brasil, da Espanha, da Argentina, da República do Uruguai, de Tóquio--, muitos fechados ao público. Os estrangeiros, além dos bancos, encontram também consulados --da África do Sul, da Coréia, do Japão, da França.
Os urbanistas são pessimistas quanto ao futuro da avenida, mas neste ano ela reafirmou seu rótulo de vanguardista ao entrar para o "Guinness", o livro dos recordes, como palco da maior Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais) do mundo, com 2,5 milhões de pessoas, de acordo com a PM (Polícia Militar).
Fontes: Associação Paulista Viva, Companhia de Engenharia de Tráfego, Corrida de São Silvestre, Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
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RENATO SANTIAGO
CAROLINA FARIAS
da Folha Online
Cerca de 800 mil pessoas passam pela avenida Paulista diariamente. Nesta sexta-feira, só um detalhe se somará ao cenário: o de que elas estão alheias ao aniversário de 115 anos da via, inaugurada em 1891 como observatório de paisagens naturais da alta sociedade paulistana e conhecida como vitrine da maior cidade do país.
Da praça Marechal Cordeiro de Farias à praça Osvaldo Cruz, a Paulista pode ser percorrida em passos muito mais rápidos do que os ônibus lotados ou os cerca de 100 mil carros que cruzam a via todos os dias, principalmente de segunda a sexta, das 8h às 9h e das 18h às 19h. Mais veloz que a multidão, só o metrô.
De tempos em tempos, o tráfego cede espaço às multidões. São torcedores de futebol, eleitores, fiéis, sem-teto, servidores públicos desgostosos. Nos dias 31 de dezembro, como ocorre há 82 anos, é a vez da Corrida de São Silvestre. Depois, do Réveillon. Em maio último, a Paulista também parou. De medo.
Em março deste ano, choveram 344 mm enquanto a média da cidade, em meses de março, é de 160 mm. No inverno chove menos e, às vezes, chove muito menos. Em agosto último, choveu apenas 1 mm, enquanto a média é de 39 mm.
Diante dos casarões da Paulista há uma passarela por onde desfilam camisas engomadas e calças sociais. Passam tênis e meias coloridas. Passam turistas. Poucos, mas passam.
No último dia 22 de agosto, no entanto, todos usavam gorros, lã, luvas. Os termômetros marcavam 8,5ºC. No último dia 31 de outubro, quem podia usava chinelos. Os termômetros marcavam 33ºC.
Atrações
Do "Thomas Alva Edson" de João Valente Filho, na Consolação; ao "Índio Pescador" de Francisco Leopoldo e Silva, na praça Osvaldo Cruz, há 11 esculturas ao longo da Paulista. Poucos são capazes de notá-las, em meio aos banners, cartazes, luminosos, outdoors.
Quem passa pela avenida pode sentar-se em um dos bares da "prainha" para tomar um chope com os colegas ou sentar-se na arquibancada formada pela escadaria do prédio da Rede Gazeta para assistir o vai-e-vem. Pode comprar chicletes a R$ 0,10 e hospedar-se em um hotel a R$ 363.
Na Paulista há cinco agências só do banco Itaú. Há também escritórios de outros 90 bancos --do Central do Brasil, da Espanha, da Argentina, da República do Uruguai, de Tóquio--, muitos fechados ao público. Os estrangeiros, além dos bancos, encontram também consulados --da África do Sul, da Coréia, do Japão, da França.
Os urbanistas são pessimistas quanto ao futuro da avenida, mas neste ano ela reafirmou seu rótulo de vanguardista ao entrar para o "Guinness", o livro dos recordes, como palco da maior Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais) do mundo, com 2,5 milhões de pessoas, de acordo com a PM (Polícia Militar).
Fontes: Associação Paulista Viva, Companhia de Engenharia de Tráfego, Corrida de São Silvestre, Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
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