BRASÍLIA (Reuters) - A Colômbia, a Venezuela e o Brasil, nessa ordem, são os países que têm as mais altas taxas de assassinatos de jovens no mundo, mostrou um estudo divulgado na quinta-feira. O "Mapa da Violência 2006 -- Os jovens do Brasil", apresentado em Brasília pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), analisou e comparou a estrutura da mortalidade dos jovens do país e fez recomendações para ações públicas e privadas para combater as mortes de jovens. "Entre 84 países do mundo, com sua taxa de 27 homicídios em geral para cada 100 mil habitantes, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking, atrás da Colômbia e com taxas quase iguais às de Rússia e Venezuela", afirmou o relatório da OEI. "Entre os jovens a situação é mais grave. A taxa de 51,7 homicídios para cada 100 mil jovens, registrada em 2004, coloca o Brasil na terceira posição, depois de Colômbia e Venezuela", disse o levantamento. Esse índice é de 30 a 40 vezes maior que as taxas de mortes juvenis de países como Inglaterra, França, Alemanha, Áustria e Egito. O estudo, elaborado com base em dados oficiais, mostrou que a taxa de homicídios de jovens brasileiros entre 1994 e 2004 cresceu a um ritmo maior que o número de assassinatos entre a população total. Em 2004, o Brasil contava com uma população jovem (entre 15 e 24 anos) de 36 milhões de pessoas, um pouco mais que 20 por cento do total de habitantes. "Mais de 20 por cento da população jovem não estuda nem trabalha. Isso significa rua, bares, álcool, droga, transgressão de normas. Existe um jeito jovem de viver, mas também um jeito jovem de morrer", disse na apresentação do trabalho seu coordenador, Julio Jacobo Waiselfisz. Segundo o levantamento da OEI com dados de 2004, os Estados mais violentos para os jovens brasileiros são Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A grande maioria dos jovens assassinados é de homens -- 93 por cento -- e negros. O estudo constatou também que as mortes de jovens, seja por homicídios, acidentes de trânsito ou suicídios, aumentam consideravelmente nos fins de semana. Por isso, Waiselfisz recomendou a adoção de mais medidas públicas preventivas nesse período. (Por Guido Nejamkis)
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