08/11/2006 - 16h04
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da Folha OnlineO secretário de Defesa americano, o republicano Donald Rumsfeld, 74, anunciou sua renúncia ao cargo nesta quarta-feira, após a vitória democrata na Câmara dos Representantes (deputados).
A renúncia ocorre um dia após as eleições legislativas que deram ao Partido Democrata a maioria na Câmara. Segundo os últimos números, os democratas já conquistaram 228 das 435 cadeiras --número suficiente para obter a liderança. Já os republicanos --que atualmente possuem 229 cadeiras-- obtiveram apenas 195 assentos até o momento.
Efe |
O secretário americano Donald Rumsfeld, que renunciou hoje |
De acordo com a Casa Branca, o secretário deve entregar sua carta de renúncia ainda nesta quarta-feira. Ele deixa a liderança do Pentágono após seis anos no cargo.
Segundo a rede de TV americana CNN, Robert Gates, ex-chefe da CIA [inteligência americana] deve suceder Rumsfeld à frente da Secretaria de Defesa.
Gates é presidente da Universidade A&M, do Texas, e amigo próximo da família Bush. Ele ocupou o cargo de chefe da CIA entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush (1989-1993), pai do atual presidente.
Durante coletiva de imprensa na Casa Branca, Bush confirmou a demissão, dizendo que chegou a hora de instituir "uma nova liderança no Pentágono", e anunciou Gates como sucessor de Rumsfeld.
A indicação de Bush terá que ser confirmada pelo Senado americano.
Na semana passada, durante campanha republicana para as eleições legislativas, Bush havia afirmado que Rumsfeld permaneceria no cargo até o final de seu mandato, em 2008.
Especial
08/11/2006 - 16h36
A renúncia do secretário de Estados dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, 74, é o primeiro duro revés sofrido pelo presidente George W. Bush após os republicanos perderem o controle da Câmara dos Representantes (deputados) nas eleições legislativas desta terça-feira.
Rumsfeld foi um dos principais conselheiros do presidente George W. Bush. Ao lado do vice-presidente Dick Cheney, Rumsfeld fazia parta da ala mais dura do governo Bush.
Especialista em questões antimísseis, Rumsfeld, foi também secretário da Defesa entre 1975 e 1977, durante a Presidência de Gerald Ford (1974-1977). Atualmente ele também ocupa o cargo de embaixador dos EUA na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Há poucos meses, ele disse que a "história ensina que a fraqueza é perigosa".
Crítica
A gestão de Rumsfeld como líder das forças armadas americanas foi alvo de uma série de críticas quanto aos métodos adotados na Guerra do Iraque e no tratamento de prisioneiros dos EUA.
Um dos principais escândalos que marcaram a atuação de Rumsfeld envolve a prisão de Abu Ghraib, nos arredores de Bagdá, que foi usada como locação para cenas de tortura e maus-tratos de prisioneiros iraquianos pelas forças do Exército americano.
Fotos e vídeos de prisioneiros sendo submetidos a tratamento desumano chegaram à imprensa em 2004 e chocaram o mundo. Sob pressão do Congresso e da mídia dos EUA, Rumsfeld assumiu a "completa responsabilidade" pelos abusos contra prisioneiros no Iraque e pediu "profundas desculpas" aos que sofreram maus-tratos sob a custódia de soldados dos EUA.
À época, os democratas exigiram a renúncia de Rumsfeld.
Guantánamo
A prisão especial de Guantánamo (Cuba) também desencadeou críticas a Rumsfeld pelo tratamento dado aos prisioneiros. Em outubro de 2004, o jornal "New York Times" publicou uma reportagem na qual afirmava que vários suspeitos de terrorismo detidos na base americana haviam sido submetidos [até abril do ano anterior] a um tratamento brutal que, segundo especialistas, era comparável à tortura.
Membros do Pentágono, à época, afirmaram que era mínima a utilização de táticas agressivas nos interrogatórios, descritas detalhadamente em um manual especial --aprovado por Donald Rumsfeld. Mas papéis de governo divulgados em 2004 mostraram que, dois anos antes, o secretário de Defesa havia aprovado técnicas cruéis contra supostos membros do Taleban [grupo extremista islâmico afegão deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001] e da rede terrorista Al Qaeda mantidos em Guantánamo.
Dentre as regras aprovadas, estava o uso de cães em interrogatórios para amedrontar prisioneiros.
Linha dura e escândalos marcam saída de Rumsfeld do governo
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da Folha OnlineA renúncia do secretário de Estados dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, 74, é o primeiro duro revés sofrido pelo presidente George W. Bush após os republicanos perderem o controle da Câmara dos Representantes (deputados) nas eleições legislativas desta terça-feira.
Efe |
O secretário americano Donald Rumsfeld, que renunciou hoje |
Especialista em questões antimísseis, Rumsfeld, foi também secretário da Defesa entre 1975 e 1977, durante a Presidência de Gerald Ford (1974-1977). Atualmente ele também ocupa o cargo de embaixador dos EUA na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Há poucos meses, ele disse que a "história ensina que a fraqueza é perigosa".
Crítica
A gestão de Rumsfeld como líder das forças armadas americanas foi alvo de uma série de críticas quanto aos métodos adotados na Guerra do Iraque e no tratamento de prisioneiros dos EUA.
Um dos principais escândalos que marcaram a atuação de Rumsfeld envolve a prisão de Abu Ghraib, nos arredores de Bagdá, que foi usada como locação para cenas de tortura e maus-tratos de prisioneiros iraquianos pelas forças do Exército americano.
Fotos e vídeos de prisioneiros sendo submetidos a tratamento desumano chegaram à imprensa em 2004 e chocaram o mundo. Sob pressão do Congresso e da mídia dos EUA, Rumsfeld assumiu a "completa responsabilidade" pelos abusos contra prisioneiros no Iraque e pediu "profundas desculpas" aos que sofreram maus-tratos sob a custódia de soldados dos EUA.
À época, os democratas exigiram a renúncia de Rumsfeld.
Guantánamo
A prisão especial de Guantánamo (Cuba) também desencadeou críticas a Rumsfeld pelo tratamento dado aos prisioneiros. Em outubro de 2004, o jornal "New York Times" publicou uma reportagem na qual afirmava que vários suspeitos de terrorismo detidos na base americana haviam sido submetidos [até abril do ano anterior] a um tratamento brutal que, segundo especialistas, era comparável à tortura.
Membros do Pentágono, à época, afirmaram que era mínima a utilização de táticas agressivas nos interrogatórios, descritas detalhadamente em um manual especial --aprovado por Donald Rumsfeld. Mas papéis de governo divulgados em 2004 mostraram que, dois anos antes, o secretário de Defesa havia aprovado técnicas cruéis contra supostos membros do Taleban [grupo extremista islâmico afegão deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001] e da rede terrorista Al Qaeda mantidos em Guantánamo.
Dentre as regras aprovadas, estava o uso de cães em interrogatórios para amedrontar prisioneiros.
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