17.11.06

Evangélicos adotam métodos modernos de administração e crescem em Rio Preto

Brasil : 
Publicado por Redação em 13/11/06


SÃO PAULO - Como fermento em massa de bolo, as igrejas evangélicas crescem a um ritmo alucinante em Rio Preto.

De janeiro até agora, surgiram cem templos evangélicos na cidade, segundo dados da Defesa Civil – média de uma igreja a cada três dias. Ao todo, o município conta atualmente com 584 templos religiosos, entre evangélicos (500), católicos e espíritas, entre outras religiões. Em janeiro eram 480 (dos quais 400 evangélicos).

O crescimento acelerado das igrejas evangélicas na cidade chama a atenção para a atuação em franquias dessas entidades. No franchising da fé, pastores atuam como modernos empresários. Antes de abrir um templo, estudam o perfil sócioeconômico dos fiéis do bairro, planejam o custo-benefício do empreendimento e pagam “royalties” para a matriz dona da franquia.

“É mercado mesmo”, resume o pastor da Assembléia de Deus Antônio Domingues. Desde que trouxe o seu “ministério” (como a Assembléia denomina as franquias) de Severínia para Rio Preto, há três meses, Domingues luta para ganhar espaço entre as demais filiadas da Assembléia de Deus, a igreja com maior número de templos na cidade, 97 ao todo.

“É lógico que a concorrência chia, tem um ciumezinho. Eles vão perceber que dormiram, ficaram acomodados”, afirma o pastor. Como outros “ministérios” de cidades menores da região, Domingues trouxe sua igreja para Rio Preto em busca de fiéis – e de mercado. “Aqui há um potencial grande.”

Empresas modernas

O gerenciamento das igrejas como modernas franquias é um método já conhecido do pentecostalismo moderno, mas que tem ganhado corpo entre os chamados pentecostais históricos, como a Assembléia de Deus, segundo o especialista em religião evangélica da PUC em São Paulo Edim Abu Mansur. “São como empresas mesmo, com métodos modernos de gerenciamento e administração.”

A Igreja do Nazareno, também pentecostal, é meticulosa no seu processo de expansão em Rio Preto. A igreja se prepara para, no fim do mês, inaugurar seu quarto templo na cidade, em uma antiga academia de ginástica na avenida Potirendaba.

Antes da expansão, porém, um fiel instaura um grupo de oração em sua residência. No prazo de um ano, verifica-se mês a mês o percentual de crescimento dos freqüentadores. Se houver aumento satisfatório, o pastor-chefe na cidade requisita à gerência regional em Rio Claro (SP) a abertura de um templo.

A igreja então é montada em imóvel alugado, e bancada pela gerência até tornar-se auto-suficiente. “Há uma junta de fiéis em Rio Preto que avalia o nosso desempenho, e faz o acompanhamento financeiro”, diz o pastor Josué Pacheco, responsável pela nova igreja.

Com a filosofia do franchising, as igrejas evangélicas reforçam a economia da cidade: com base no salário mínimo de R$ 350 (e desconsiderando as diferenças salariais dos fiéis), é possível estimar que, todos os meses, as igrejas angariem R$ 550 mil em dízimo dos fiéis rio-pretenses.

Fonte: Bom Dia S. J. do Rio Preto

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